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Cultura

Zé Celso: Um legado de resistência e liberdade no teatro brasileiro

O teatro brasileiro está de luto pela perda de um de seus maiores nomes: Zé Celso, renomado diretor teatral, faleceu nesta quinta-feira, 6, em decorrência de um incêndio em seu apartamento que causou graves queimaduras em mais de 50% de seu corpo. Sua partida deixa um legado de resistência ao regime autoritário e um trabalho que enalteceu a cultura nacional.

Nascido em 1937, na cidade de Araraquara, interior paulista, Zé Celso foi uma figura prolífica no teatro brasileiro e na cultura do país. Fundador da companhia Teatro Oficina em 1958, ao lado de alguns amigos, ele pregava uma arte totalmente livre de pudores e das amarras estrangeiras, trazendo para os palcos nacionais uma nova visão de teatro, influenciada pela Tropicália sessentista.

Conhecido por sua maneira excêntrica e ousada de montar peças teatrais, Zé Celso era um provocador e interagia de forma intensa com a plateia. Sua arte experimental, política e sensorial dialogava com seu tempo e com outras manifestações artísticas, como a música, a poesia e o audiovisual. Ele foi responsável por trazer o modernismo e o tropicalismo para a dramaturgia brasileira, deixando uma marca indelével no cenário cultural.

Recentemente, em junho deste ano, Zé Celso celebrou seu casamento com Marcelo Drummond, seu companheiro há quase 40 anos. A cerimônia ocorreu no Teatro Oficina Uzyna Uzona, sede da companhia teatral fundada pelo diretor na região central de São Paulo. Vestidos com ternos brancos, o casal oficializou sua união, reafirmando o amor e a parceria que os uniam.

A carreira de Zé Celso teve início no final da década de 1950, com a criação de duas peças de sua autoria: “Vento Forte para Papagaio Subir” e “A Incubadeira”. Sua influência estendeu-se além dos palcos, chegando também ao cinema, com participações em obras como “O rei da vela” e “25”.

Sem medo de experimentações e sempre desejando a renovação, Zé Celso provocava atores e público, criando um teatro mais sensorial, que refletia a realidade política e cultural do país. Sua formação na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, onde participou do Centro Acadêmico, marcou o início de sua trajetória teatral. Embora não tenha concluído o curso, foi durante esse período universitário que ele fundou o Grupo de Teatro Amador Oficina, que posteriormente se profissionalizou e tornou-se o icônico Teatro Oficina, sediado na Rua Jaceguai, no Centro de São Paulo.

Evoé!

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