Um novo relatório divulgado ontem (11), pelo Observatório de Mortes e Violências contra LGBTI+ aponta que, somente em 2022, foram registradas 273 mortes violentas de pessoas LGBTQIA+ no Brasil. Desse total, 228 foram assassinatos, 30 suicídios e 15 outras causas. O estudo foi elaborado por meio de uma base de dados compartilhada entre a Acontece – Arte e Política LGBTI+, ANTRA – Associação Nacional de Travestis e Transexuais e a ABGLT – Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos, que contém os registros de casos ocorridos em jornais, portais eletrônicos e redes sociais.
O levantamento mostrou que as vítimas de violência LGBTQIA+ estão presentes em diferentes ambientes, como doméstico, via pública, cárcere e local de trabalho. Além disso, diferentes formas de violência foram registradas, incluindo agressões físicas e verbais, negativas de fornecimento de serviços e tentativas de homicídio.
Dossiê revela que as maiores vítimas ainda são as travestis e mulheres trans, 159 foram mortas, seguidas de 97 gays. As vítimas negras também foram destaque, com 91 mortes, enquanto 94 eram brancas. As mortes aconteceram em diferentes horários, sendo que 130 delas ocorreram à noite. A arma de fogo foi a mais utilizada, resultando em 74 mortes, seguida do esfaqueamento, com 48.
Os estados com o maior número de mortes registradas foram Ceará, com 34, São Paulo, com 28, e Pernambuco, com 19. Quando considerado o número de vítimas por milhão de habitantes, o ranking é liderado por Ceará, seguido de Alagoas e Amazonas.
O relatório parcial de 2023, com dados dos primeiros quatro meses do ano, registrou 80 mortes de pessoas LGBTQIA+ As travestis e mulheres trans representaram 62,50% do total, seguidas de gays com 32,50%, homens trans e pessoas transmasculinas com 2,50% e mulheres lésbicas com 2,50%. Nenhum caso contra pessoas bissexuais e as pessoas identificadas como outros segmentos foram identificados.
O estudo evidencia a necessidade urgente de políticas públicas efetivas que garantam a segurança e os direitos das pessoas LGBTQIA+ no país.
O dossiê pode ser acessado pelo link