O Dia Nacional da Visibilidade Trans, celebrado em 29 de janeiro, destaca as lutas e conquistas da população transgênero no Brasil. A data, instituída em 2004, é um marco de resistência e conscientização, reforçando a importância de combater preconceitos e promover a inclusão.
O Brasil permanece como o país que mais mata pessoas trans no mundo, mas um relatório recente da Rede Trans Brasil aponta uma redução de 16% nos assassinatos de pessoas trans e travestis em 2024, comparado ao ano anterior. Apesar da queda, ainda foram registrados 105 casos no último ano, evidenciando a vulnerabilidade dessa população.
Conforme o levantamento, a maioria das vítimas eram mulheres trans ou travestis (93,3%), e a maior parte das mortes ocorreu na faixa etária de 26 a 35 anos. A distribuição geográfica aponta o Nordeste como a região com mais casos, seguido pelo Sudeste, com São Paulo liderando entre os estados.
Subnotificação e invisibilidade
Um ponto crítico destacado no relatório é a subnotificação. Muitas mortes não são registradas adequadamente, o que dificulta a análise completa da violência enfrentada. Além disso, preconceitos estruturais contribuem para a invisibilidade das questões trans em diversas esferas da sociedade.
Avanços e desafios no Brasil
A redução nos números de assassinatos é um dado positivo, mas não suficiente para mudar a realidade de exclusão social e violência. Avanços têm sido observados em políticas públicas e iniciativas de inclusão, como a ampliação do acesso ao mercado de trabalho para pessoas trans e a visibilidade crescente em campanhas e produções culturais.
Por outro lado, a discriminação ainda é um obstáculo significativo, especialmente no acesso à educação, saúde e oportunidades econômicas. Para mudar esse cenário, é necessário que governos, empresas e sociedade civil atuem juntos na promoção de ações afirmativas e no fortalecimento de leis que protejam os direitos das pessoas trans.
O Dia Nacional da Visibilidade Trans não é apenas um momento de celebração, mas também de reflexão. Ele nos lembra da importância de garantir que as pessoas trans vivam com dignidade, respeito e segurança, sem temer por sua existência. A construção de uma sociedade mais justa e igualitária passa pelo reconhecimento pleno das identidades trans e pela valorização de suas histórias.