Faleceu na manhã dessa sexta (23/10), no Rio de Janeiro, a cantora e atriz Jane di Castro, em virtude de complicações de um câncer. A Câmara de Comércio de Turismo LGBT do Brasil se solidariza com familiares e fãs que perdem uma das grandes estrelas e ativista LGBTI+ do país.
“Essa é uma notícia muito triste para a comunidade LGBTI+. Ela foi uma figura muito importante da nossa história, da nossa cultura, lutando sempre pelos direitos LGBT. É realmente uma perda muito grande para a nossa comunidade e para o Brasil”, lamentou Be Zilberman, que assumiu recentemente a Diretoria de Cultura da Câmara LGBT.
Jane lutou pelos direitos da comunidade LGBTI+ desde cedo, quando saiu da casa dos seus pais para viver de arte. Na década de 60 começou a trabalhar como cabeleireira em Copacabana (abriu seu próprio salão apenas em 2001) e a se apresentar nas casas noturnas do bairro. Em 1966 estreou no Teatro Dulcina.
Foi dirigida por Bibi Ferreira no espetáculo “Gay Fantasy”, em que atuou ao lado de Rogéria, Marlene Casanova e Ney Latorraca. Em 2004 estrelou no Teatro Rival o espetáculo “Divinas Divas” ao lado de Rogéria, Divina Valéria, Camille K, Eloína dos Leopardos, Marquesa, Brigitte de Búzios e Fujika de Halliday. O musical que mostrava a trajetória de transformistas e travestis de Copacabana manteve-se em cartaz por 10 anos e originou um documentário dirigido por Leandra Leal. Jane se apresentou em diferentes palcos no Brasil e no mundo, incluindo o Lincoln Center, em Nova York.
Depois de 47 anos vivendo com Otávio Bonfim, formalizou a união em 2014, num casamento coletivo que reuniu 160 casais LGBT. Seu marido faleceu dois anos atrás.
Matéria escrita por
Otavio Furtado
Diretor de Comunicação da Câmara LGBT do Brasil