A Câmara de Comércio e Turismo LGBT do Brasil realizou, na tarde desta segunda (8), uma live com seis representantes das Câmaras LGBT da América do Sul com o objetivo de promover a discussão do panorama atual no continente. Mediado por Ricardo Gomes, presidente da câmara brasileira, os seis convidados foram: Pablo de Luca (Argentina), Patrício Fernández (Chile), Felipe Cárdenas (Colômbia), Diane Rodríguez (Equador), Hernán Aguilar (Paraguai) e Adrián Russo (Uruguai).
Quando o assunto foi o comportamento dos países em relação ao vírus, cada destino apresentou suas particularidades. O Paraguai foi um dos primeiros países a proibirem qualquer atividade que estimulasse a aglomeração de pessoas, o que acreditam ser uma das razões de números não tão elevados de contaminados. Durante o período de isolamento social, medidas restritivas foram adotadas para achatar cada vez mais a curva de propagação do vírus.
Na mesma direção, Pablo de Luca fala sobre a situação da Argentina que entrou em quarentena muito cedo, o que permitiu que o país contabilizasse poucos casos. Nos últimos dias, o país divulgou que a sua quarentena foi estendida até o dia 28 de junho, mas já com possibilidades de flexibilizações em determinadas cidades. No caso de Buenos Aires, cidade considerada como epicentro da doença no país, as regras já mudam e a quarentena segue da mesma forma.
No Uruguai, representado pelo Adrián Russo, o panorama é positivo, se comparado a países, por exemplo, como Brasil. O novo presidente do país, que assumiu a gestão em março deste ano, teve como primeiro desafio o controle da pandemia mundial. Adrián ressaltou que o país teve uma estratégia diferente dos países da América Central, uma vez que não implementou a quarentena obrigatória. No entanto, apesar de ter decretado emergência sanitária, o país contou com a responsabilidades dos uruguaios com a criação de uma campanha chamada “Operação Todos em Casa”.
“O Uruguai é um país que recebe mais turistas atualmente que o número de habitantes em sua totalidade. Durante este período de pandemia, foi pedido que cada habitante controlasse suas saídas, além de respeitar o distanciamento social. As aulas foram suspensas, assim como atividades que promovessem aglomerações. Outro fator que ajudou bastante no controle do número de acometidos foi o fechamento de todas as fronteiras”, abordou Adrián.
A situação do Equador, no entanto, é bem diferente dos seus países vizinhos. Representado por Diane Rodríguez, o país apresentou colapso no sistema de saúde com a chegada do Covid-19. Em um dos países com maior número de infectados no continente, a Ministra do Governo María Paula Romo decretou que os cidadãos infectados que não respeitarem o isolamento social e a quarentena podem ser presos. Dessa forma, o governo implementou medidas restritivas para controlar a doença.
“A economia do país já não estava fortalecida antes da pandemia, então, a situação atual complica ainda mais o quadro. Aqui na Câmara, por exemplo, temos dois anos e estávamos passando por um processo de reestruturação e crescimento antes de estourar a proliferação da Covid-19”, comenta Diane.
A Colômbia, por sua vez representada pelo Felipe Cárdenas, optou por medidas ainda mais restritivas. Além da criação de programas de incentivo para impulsionar a economia, todas as fronteiras do país estarão fechadas até o dia 1º de setembro.
“A Colômbia vai fechar para qualquer tipo de turismo até setembro. No primeiro momento, em julho e agosto, o país vai focar no turismo doméstico, aposta que já vem sendo discutida em todos os países. Com isso, durante esse período de isolamento social e quarentena, somos obrigados a inovar e a ter planos digitais para fazer acontecer”, alega Felipe.
O Chile, representando pelo Patrício Fernández, chegou a decretar lockdown em Santiago para diminuir o número de pessoas infectadas. Assim como os demais países da América do Sul, o Chile fechou suas fronteiras para controlar o fluxo de pessoas transitando pelo país.
Já Ricardo Gomes, colocou a situação do Brasil, que está bastante complicada, onde os números crescem a cada dia, além da divergência política em cada região no tange o afrouxamento das regras de isolamento social e quarentena.
No entanto, apesar das particularidades de cada país, o sentimento de incerteza é o mesmo ao redor do mundo. Para cada um dos debatedores, o turismo pode ser considerado uma das ferramentas de incentivo à economia, mas que no primeiro momento, o foco vai ser direcionado ao turismo doméstico. O momento é delicado para todos e eles acreditam que a retomada vai ser de forma gradual e que será preciso a união e colaboração de todas para superar este momento complicado da sociedade.