O Designer Ronaldo Fraga, o mais festejado de Minas Gerais, foi o escolhido para criar a arte da edição 2019 do azulejo da Câmara de Comércio e Turismo LGBT do Brasil. A peça que é entregue aos associados, autoridades e parceiros da entidade está fazendo o maior sucesso.
Desde de 2016, quando a atual diretoria foi empossada, o azulejo é produzido com o objetivo de que estabelecimentos, entidades e pessoas se declarem de forma voluntária respeitosos à diversidade.
A peça tem sempre o formato 20 x 20cm e traz obrigatoriamente a frase “Aqui respeitamos a diversidade” em português, espanhol e inglês. Para Ricardo Gomes, Presidente da Câmara, o azulejo tem o objetivo de provocar o respeito à diversidade tendo a arte como pano de fundo. “O azulejo não é um selo e muito menos uma certificação. Quando concebemos esta ação pensamos que ela deveria ser um ato declaratório voluntário de respeito à diversidade. Hoje é uma alegria ver esta peça em estabelecimentos, entidades, organizações governamentais e até nas casas das pessoas em diversos países”, conclui o executivo.
O designer Ronaldo Fraga que hoje sem sombra de dúvidas tem o desfile mais esperado e festejado da São Paulo Fashion Week, trouxe seu traço marcante e as referências de um Brasil plural, leve e divertido das suas coleções para edição 2019 do azulejo. Ronaldo é o designer brasileiro publicamente mais comprometido com o respeito à diversidade e por isso foi escolhido para criar a arte 2019, este ano, que, como já sabíamos seria um ano difícil no tocante ao respeito dos direitos humanos no País.
O maior contador de Histórias, através da moda, da nossa terra, nossa gente e de tantos outras terras e seus habitantes em 2016 apresentou suas duas coleções dando visibilidade e propondo respeito aos menos privilegiados. Em abril de 2016 o designer usou seu desfile e suas criações para criticar a intolerância, não só dos países europeus que viram as costas para refugiados e imigrantes, mas para a intolerância das diferenças, incluindo as do Brasil. Na época Ronaldo disse que a coleção era um meio de comunicar toda essa mensagem, da mesma maneira que simbolizam a única herança que muitas das pessoas fugidas de seus países carregam, embarcando em viagens de barco levando consigo apenas o que vestem.
Em outubro do mesmo ano Fraga emocionou seus convidados que lotaram o Teatro São Pedro, em São Paulo, com um casting de modelos 100% formado por mulheres trans. Entre elas nomes como como da atriz e modelo Carol Marra, Veronika, da banda Veronika Decide Morrer, Valentina Sampaio e a atriz Glamour Garcia. “A história desta coleção está em quem a veste” dizia o texto narrado pelo estilista que abria o desfile. A coleção batizada de “El Dia que me Quieras” foi um protesto aos alarmantes índices que colocam o Brasil como o país que mais mata travestis e transexuais no mundo de acordo com a Organização das Nações Unidas, além de propor mais visibilidade e respeito à população trans.
Quando Fraga foi procurado pela Câmara LGBT com o convite para a criação do azulejo o designer, mesmo sabendo que o trabalho era voluntário, aceitou imediatamente e declarou se sentir honrado com o convite, mesmo com tempo curto para criação e com uma viagem internacional no meio do período de 20 dias para entrega da arte. “A busca dessa criação foi imprimir a diversidade como uma festa. Uma festa sob o céu estrelado ao som do melhor acordeom e banda de pífanos no interior do Brasil profundo. A diversidade LGBTI+ fora dos guetos, festejada por todos os brasileiros. Se uma criança e um ancião sorrirem diante dessa arte gráfica, terei alcançado a minha intenção”, declarou emocionado o designer, quando entregou a arte.
Histórico
A primeira edição do azulejo lançada em setembro de 2016, logo após a posse da atual diretoria, foi criada coletivamente sem a assinatura de um artista. Já em 2017 o azulejo contou com a assinatura de Weider Silvério que optou por uma arte mais clássica para emoldurar do respeito à diversidade.
No ano passado o designer Fause Haten assinou a peça que teve o desenho inspirado em formas e seres singulares, que vão se misturando e dando origem a novas formas e cores. “É assim que somos! Somos diversos, somos únicos, essa é a beleza da humanidade. E é no encontro dessas singularidades que a vida se torna mais interessante e plena”, declarou Haten na data do lançamento do azulejo.
Gostou do azulejo quer e comprar a edição 2019 ou dos anos anteriores? Entre em contato com [email protected]